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sábado, 12 de abril de 2014

Canto de Agonia


Agonia de amor, agonia bendita!
- Misto de infinita mágoa e de crença infinita.
Nos desertos da Vida uma estrela fulgura
E o viageiro do Amor, vendo-a triste, murmura:
- Que não chore assim! Que nunca chore como
Chorei, ontem, a sós, num volutuoso assomo,
Numa prece de amor, numa delícia infinda.
Delícia que ainda gozo, oração, prece que ainda
Entre saudades rezo, e entre sorrisos e entre
Mágoas soluço, até que esta dor se concentre
No âmago do meu peito e de minha saudade.
Amor, escuridão e eterna claridade....

Augusto dos Anjos

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